(...) uma maior de coisas ainda melhores.


Sentei-me na estação, à espera de um comboio que não sabia se ia chegar. E quando te pões nesta situação, pensas em tudo menos naquilo em que devias focar a tua atenção.

Ao olhar à minha volta vi um rapaz. Bonito. Meio loiro. E comecei a pensar que às vezes há a tentação de pensar "com ele seria mais fácil". Com ele seria tudo do zero, seriam mais dois meses de fantasia - aquela do início, quando tudo é novo. Seriam mais dois meses a ouvir os pássaros cantar no parque - mesmo que chova torrencialmente e tu nem tenhas saído da cama. Há essa tentação. Ele é mais divertido. 

NÃO! 
Simplesmente ele ainda não sabe os teus defeitos. Ainda não sabe o que o chateia em ti. E apercebo-me que não prefiro isso. As relações de algum tempo, às vezes, tornam-se complicadas e cansativas, porque já sabemos algumas coisas más da outra pessoa. Porque somos forçados - quer queiramos ou não - a aprender algo novo todos os dias. Bom ou mau. Mas eu acho que prefiro isso. Prefiro já ter uma boa mala de coisas más e uma maior de coisas ainda melhores, do que ter de começar tudo de novo. E ter de fazer o esforço todo outra vez, do nada.

Pelo menos agora já sei ouvir os pássaros a cantar durante mais tempo. Não o dia inteiro, mas um bocadinho por dia - nos dias bons. Ou um bocadinho por semana.

Sim, é cansativo, mas aquele rapaz bonito, meio loiro - que agora se sentou a brincar com uma pomba - não é em nada melhor do que o despenteado e de aparelho que tenho em casa.

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