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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

Eu por inteiro.

De repente deixei de escrever em metáforas. É sabido que escrever sempre me ajudou a processar e entender o turbilhão de sentimentos e emoções que nunca soube perceber natural e normalmente. E sempre usei metáforas, porque dizer nomes era difícil, e falar de sítios que eram tão demasiadamente meus era impensável. E, de repente, já não sei escrever com metáforas. Passei a ser a preto e branco? Ou cresci? Quer dizer, não preciso de crescer para deixar de usar metáforas. Ou não é preciso deixar de usar metáforas para crescer. Já não estou a fazer sentido e é mais ou menos isso que se passa. Ou então, de repente, tudo faz sentido. E eu é que me escondia nas metáforas e nas histórias com personagens inventadas, mas sentimentos verdadeiros. De repente já não há epidemias de moscas para mostrar o amor, nem uma cama que fala da minha pequenez em relação ao turbilhão de complexos pensamentos que voam pela cabeça de outros. De repente há um sonho, que já não é um sonho, mas que a

quando um e um não são dois

Hoje sinto-me só. Sozinha já é o meu novo normal. Mas sinto-me só.Será possível sentir-me a viver um sonho, sentir que devia estar radiante, que estou finalmente a fazer-me à vida, de malas e bagagens. E sonhos e acordares cedo? E será possível que esta visão de futuro, de realização de sonhos me pareça incompleta e com ela me faça sentir toda eu uma ínfima parte do que já fui? Falta a mão, a companhia, o segundo prato na mesa, o segundo copo de coca-cola, a mensagem de bom dia, a companhia para o comboio. Não devia funcionar assim. Não era suposto. Sempre soube os supostos e pressupostos e as consequências. E não era assim. Viver um sonho novo era suposto fazer esquecer o antigo, ou pelo menos torná-lo menos presente. Não acentuar a ausência do anterior, porque o sonho era o primeiro e o segundo, quando um e um são dois e as contas são perfeitas como a física que faz o mundo girar direitinho. E um mundo a girar direitinho era o sonho. O sonho era dois - não um primeiro mais u