Coimbra de Inês.
Sinto saudades de Coimbra.
Das noites bem
passadas, do cheiro da rua depois da chuva.
Dos encontros desajeitados de uma ponta para a outra da rua.
Dos sonhos escritos num papel numa longa noite, e deixados
nos paralelos de uma praça movimentada.
Dos planos decididos a quente e a frio e a cores e a tons de
cinzento.
Das certezas convictas de quem sabia, ou parecia saber, que
nada mudaria.
Dos dias solarengos numa qualquer esplanada.
Da frescura de uma cerveja acompanhada por dois dedos de
conversa.
Dos corredores mais sábios que nós próprios, de tantas
histórias já ouvidas.
Das promessas e juras de amor num qualquer jardim encantado.
Sinto saudades de Coimbra por tudo aquilo que não é
palpável,
Por tudo aquilo que ficou para trás e jamais poderá ser revivido.
Pelos tempos que eram de lutadores e sonhadores e seres
destemidos.
Pelos tempos em que, tentando ser tudo, éramos imortais.
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