Dias. Apenas dias. Ou noites, como queiras. Foi o necessário para me agarrares e prenderes a ti, como se me abraçasses e marcasses no meu corpo o teu. Mas a culpa é minha. Eu é que deixei que o fizesses. Um dia fizeste-me sorrir. Uma noite beijaste-me e marcaste em mim o teu sorriso também. Agora sorrio por mim e por ti. Por mim, porque te tenho; por ti, porque não me tens. Não me queres ter ou não me sabes ter. Respiras, sonhas, pensas, vives. Mas não me respiras a mim, não sonhas comigo, não pensas em mim nem me vives. Por isso, por mim, por ti, pega no teu coração e mostra-o de uma vez. Abre-o nas tuas mãos e deixa voar os medos, os passados, os segredos. Elimina um amor teu, para poderes teu o meu. Quando o fizeres estarei aqui. Serei eu, tu, uma toalha, uma praia e um mar só nosso. Se vieres, seremos nós e um mundo. E o mundo será meu, porque aprendeste a ter-me.