Eu por inteiro.
De repente deixei de escrever em metáforas. É sabido que escrever sempre me ajudou a processar e entender o turbilhão de sentimentos e emoções que nunca soube perceber natural e normalmente. E sempre usei metáforas, porque dizer nomes era difícil, e falar de sítios que eram tão demasiadamente meus era impensável. E, de repente, já não sei escrever com metáforas. Passei a ser a preto e branco? Ou cresci? Quer dizer, não preciso de crescer para deixar de usar metáforas. Ou não é preciso deixar de usar metáforas para crescer. Já não estou a fazer sentido e é mais ou menos isso que se passa. Ou então, de repente, tudo faz sentido. E eu é que me escondia nas metáforas e nas histórias com personagens inventadas, mas sentimentos verdadeiros. De repente já não há epidemias de moscas para mostrar o amor, nem uma cama que fala da minha pequenez em relação ao turbilhão de complexos pensamentos que voam pela cabeça de outros. De repente há um sonho, que já não é um sonho, mas que a