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A mostrar mensagens de julho, 2012

Um filme quase meu.

Se isto fosse um filme, numa das noites em que adormeço a chorar apareceriam uns segundos pretos e eu acordaria dez anos depois. Estaria a fazer a minha vida normal. Se calhar teria mudado de cidade e de emprego. Estaria longe dele, se calhar. Tê-lo-ia esquecido, se calhar. Pelo menos teria parado de chorar. Podia ter um cão em vez de uma família. E beberia leite frio de um copo grande que ficaria sempre em cima da mesa, para o arrumar quando voltasse a casa, sozinha, ao final do dia. Podiam mostrar-me a passear pelo jardim com aqueles copos de café e com o cabelo penteado, apesar do vento. E podiam mostrar os segundos em que o mundo pararia porque fui contra ele. Tinha um saco de compras ao colo e estava ao telemóvel com a mãe, que liga todos os dias… E se fosse um filme, apaixonávamo-nos outra vez, ou perceberíamos que nunca deixámos de o estar.

No amor e na guerra não vale tudo.

O amor não é como a guerra. Porque a guerra é para guerreiros e o amor é para amantes, que embora tenham muito de guerreiros, não o são. Acho que já não estou a fazer sentido. É por isso que sou uma amante e não uma guerreira. Na guerra faz-se um plano, traça-se uma estratégia. E, aconteça o que acontecer, cumpre-se o plano. Haja as baixas que houver, haja um cm2 de sangue ou um rio. Segue-se o plano e vence-se. E no amor? Traças um plano? Não vale de muito... E a quantidade de sangue importa. E entranha-se e deixas de conseguir seguir em frente. No amor não há cavalos. Andas a pé. E cansas-te.